O que vem por aí nos Planos de Saúde?
A ANS divulgou que a Saúde Suplementar atingiu a marca de 49 Milhões de beneficiários em Fevereiro/2022, o que é sem dúvida uma boa notícia, sobretudo porque houve reversão na tendência de queda registrada nos anos pré pandemia.
Os números segmentados mostram que desse total a parcela dos planos individuais foi de 8,9 Milhões e todos os demais (cerca de 40 Milhões) praticamente estão em planos coletivos empresariais (6,3 Milhões em planos coletivos por adesão).
O que preocupa é que os reajustes por sinistralidade vem por aí a partir de maio e já há expectativa que eles sejam muito significativos. Segundo estimativas das entidades representativas do setor os planos individuais podem ter reajustes na casa dos 15%, o que faz com que os planos empresariais para pequenas e médias empresas (até 29 vidas) possam bater na casa dos 20% e os planos coletivos por adesão bem mais que isso. Com esses reajustes, que devem ser os mais altos da história da Saúde Suplementar, é possível que haja uma debandada de beneficiários, o que será muito ruim mais a frente, porque de certa forma significa uma nova pressão sobre os preços.
Como dizem, não podemos olhar apenas para o copo que eventualmente se esvazie e lamentar. Mercados maduros e bem geridos são resilientes, inovam e se reinventam.
Por isso é bom ficar de olho e começar a perceber o movimento que as operadoras estão fazendo no sentido de gerir seus custos, o que passa por novos modelos de comercialização, atendimento e do acesso mais inteligente aos serviços. Ao mesmo tempo se percebe que as pessoas querem, cada vez mais, serem donas do seu próprio nariz e que não necessariamente entendem que estarão protegidas pelos planos empresariais quando ficarem mais idosas. Será uma tendência?
A adoção de programas de prevenção e promoção à saúde também são formas de gerenciar riscos e de fato investir na saúde dos beneficiários, o que previne a sinistralidade e melhora resultados à médio e longo prazo, assim como as ações de gerenciamento de riscos e controles, na esteira da RN 433/2019.
Ao mesmo tempo, a ANS já colocou na rua a consulta pública para a revisão do ROL de Procedimentos, que pode pressionar ainda mais os custos das operadoras.
Já estão no Senado os nomes indicados para compor as posições que faltavam na diretoria da ANS, que devem ser sabatinados nos próximos dias. Quais os caminhos que a regulação da Saúde Suplementar vai seguir a partir daí?
Não: não é para amadores! Quem opera planos de saúde tem obrigação de estar atualizado.
As pessoas envolvidas com a Saúde Suplementar, em operadoras, administradoras de benefícios, concessionárias, corretoras de seguros e em todas a cadeia produtiva direta ou indireta tem oportunidades de estudar mais profundamente o ambiente, os cenários, as estratégias e os processos.
Retirado do site: www.cqcs.com.br
Fonte: Sérgio Ricardo